A ideia deste álbum surgiu após ter sido desafiado pelo Pedro Coquenão a participar no EP MamãAfricana. Nessa altura, o Pedro mostrou-me discos que tinham a mesma linguagem, como Marcelo D2, Conjunto Ngonguenha entre outros artistas.
Fiquei com vontade de explorar este conceito.
Este álbum foi feito através de várias pesquisas sobre as histórias de Cabo Verde e conversas
íntimas que fui tendo ao longo do tempo com pessoas da geração dos meus pais.
O titulo "Passaporti" surgiu de uma memória da minha infância.
O que mais ouvia a minha mãe dizer e a comentar com as amigas era "En te ki renouva passaporti" (“eu tenho que renovar o passaporte”)...dai achar que o passaporte era o único elo de ligação entre Portugal e Cabo Verde. Para as imagens do livro do álbum, selecionei algumas fotografias do álbum de fotos de família. Este é um álbum que junta o Hip Hop à música tradicional de Cabo Verde, viajando da morna, com "Foi Sodade" inspirado no tema “Sodade” de Cesária Évora e Bonga, até ao funaná com “Nha Cultura” inspirado no tema “Pó di terra” de Zé Cirilo. Passaporti conta com participações de:
Chullage, Maria Tavares, Valete, Carlos Martins no Saxofone, Bdjoy na congas, Scratch a cargo do Dj X-Acto, Ary César na Guitarra, Ary@BlastedMechanism nos sintetizadores.
A produção de todas as faixas ficou a cargo do Charlie Beats com exceção do tema “Nha rosa”
produzido por Igor Santos.
Os samples utilizados foram extraídos dos seguintes temas:
“Tradição” de Gabriela Mendes, “Mundo malvado” e “ Mi nada un ka ten” de Maria de Barros, “Pó di Terra” de Zé Cirilo e “Lume d' lenha” de Cordas do Sol.
Artwork a cargo de João Maurício. Espero que este “Passaporti” seja uma ponte de ligação entre gerações.